sábado, 19 de setembro de 2009

07 - Manhã de Sol

- Miguel?!?! Alô... Miguel?!? Você está acordado??
A voz doce e fofa da minha namorada soava no meu celular às seis horas da manhã. Tinha virado mania me acordar cedo agora?!?!
- Oi. - Foi o máximo que consegui dizer.
- Credo mô! Sua voz está péssima!
- O que aconteceu hein? - Eu realmente estava com sono e esperava um bom motivo para ser acordado.
- A turma está indo na praia surfar e disseram que o horário vai estar bom daqui a meia hora...
Comecei a me animar. Fazia tempo que não surfava nem relaxava! Toda tensão antes do resultado tinha me tirado toda a animação e estava mais do que na hora de dar uma estravazada.
- Tudo bem, eu estou dentro. Quem vai?
- Todo mundo ué!
- E já estão todos prontos?!?
- Prontos eu não sei, mas acordados eles estão.
- E como a gente vai e para onde vamos?
- Bom... Dimi vai levar Lisa e Line; Manuel vai com Carlos e você vai comigo! Nós vamos para Stella mares.
- Nem me dá chance de arranjar uma desculpa!
- Há, há espertinho!
- Estava brincando! Bom, então vou me arrumar.
- Meu pai sai daqui a 15 minutos, então devemos chegar ai em 20. Te ligo quando estiver perto.
- Está bem mô!
- Beijos!
- Beijos!
Desliguei o telefone e fui acordar. Levantar cedo nunca foi meu forte, mas, assim que olhei minha prancha esquecida atrás da porta, me levantei. Cheguei perto dela. Era como se ela me chamasse. Como se um ímã estivesse nos chamando, nos ligando, como em épocas passadas, onde éramos eu, ela e o mar. Quando a liberdade tomava conta de mim e eu saia de casa para pensar. Só eu e ela, no tempo. Era de manhã, de tarde, de noite, não importava! Quando eu precisava, não existiam limites para entrar no mar. Esse era meu templo de reflexão. E agora, depois de tanto tempo abandonado, seriamos novamente nós dois. Fui no guarda roupa pegar meu trage. Me vesti rápido e comi apenas frutas: uma fatia de melancia e uma banana. Deixei um bilhete para meus pais que ainda dormiam e não mereciam ser acordados.
Manu havia acabado de chegar. Edson, seu pai, me cumprimentou e me ajudou a amarrar a prancha no carro. Manu estava na janela do carro, projetando seu rosto para fora, esperando um beijo. Não lhe ignorei por muito tempo, mas tive que ser sucinto, pois seu pai estava lá.
Tive que dividir o banco de trás com a prancha de bodyboard e o pé de pato de Manu, e ir segurando sua mão pelo cantinho do banco, enquanto ela fazia caras e bocas pelo retrovisor, exibindo seus novos óculos escuros.
Chegamos em pouco tempo à praia. Dimi e Lisa estavam numa barraquinha de coco nos esperando. Pude avistar um pontinho rosa cortando as águas e tive certeza que line não conseguiu nos esperar. Manuel e Carlos jogavam frescobol na areia.
- Todo mundo está aqui! - Exclamei.
- Vamos aproveitar então! - Manu me respondeu.
- Antes deixa eu fazer uma coisa?!?! - Perguntei usando todo meu charme e levantando uma sombrancelha, como Manu adorava. Sorte minha seu pai não estar mais lá.
- O que?
Peguei nossas pranchas e encostei num coqueiro. Lhe dei um puxão e fiz seu corpo se encaixar no meu. Lhe dei um beijo... O beijo que queria lhe dar quando a vi... O beijo que lhe daria eternamente... O nosso beijo! Quando terminamos, fomos enfim, falar com o pessoal. Esse seria mais um grande dia!

Um comentário:

  1. Iiiih, UM KILHA CASADO COM UMA BODYBOARD!
    não vai dar certo, eles vão brigar!
    IAUHSUIAHISHHUSH :D
    Que linda ela pelos olhos dele.

    * acho bom ele comer mais pra ir surfar, viu?! Precisa de muuuuita energia!

    "Como se um ímã estivesse nos chamando, nos ligando, como em épocas passadas, onde éramos eu, ela e o mar "
    Perfeito Ana. Mais uma vez.

    ResponderExcluir