sexta-feira, 21 de agosto de 2009

04 - Pizzaria

- Anda filho, vamos chegar atrasados!
Meu pai berrava da sala, impaciente como sempre. Eu não sei o que era pior, sua rigidez com horários ou seu excesso de cobranças. Eu já estava quase pronto: Minha camisa pólo azul marinho e branca de manga comprida já estava no corpo, desenhando um pouco nos braços e no peito. Gostei do efeito que deu. Me senti mais forte! Meu rosto também já estava totalmente lisinho. Já tinha vestido a calça, e, o motivo de toda minha dúvida estava na minha frente: Com que tênis eu vou?!?!
Eu sempre fui muito vaidoso, e, não aceitaria uma combinação imperfeita.
- Miguel, você têm cinco minutos ou eu juro que largo você aqui!
Droga! Olhei os dois pares diante de mim, e escolhi o mais arrumadinho, um olympicus que tinha ganho no natal, e só depois percebi que ele se encaixava perfeitamente bem ao meu figurino. Passei desodorante e perfume, ajeitei um pouco o cabelo e sai do quarto. Meu pai estava na poltrona, sentado, assistindo teve apoiando o queixo na mão. Minha mãe veio até mim e me abraçou.
- Você está lindo filho!
- Obrigado Mãe!
Meu pai me fitou por um momento.
- Esse é o meu garoto! - disse ele por fim.
Mais uma vez não pude deixar de notar o orgulho presente em sua voz. Ele levantou. Não gostava de fraquejar, mostrar sentimentalismo nem nada disso. Ele partiu em direção a porta me chamando. Minha mãe ajeitou a gola da camisa e deu dois tapinhas que mais pareciam toques de tão macios no meu peito.
- Se divirta meu filho! - Disse ela por fim.
- Obrigado mãe.
- Miguel... - Meu pai já chamava do elevador.
- Beijos Mãe!
- Parti para a porta e entrei no elevador.
- Tão bonito e tão desligado aos horários...
- Ah, pai... sem broncas!
- Mas é sério filho... Eu sei que você não merece nenhuma reclamação hoje, mas tem que ser pontual! Você vai trabalhar um dia... E esse é um dos motivos de demissão!
- É, eu sei!
Ele fez uma breva pausa, olhando para o piso do elevador, e, quando este parou, ele falou:
- Tá, vamos parar com esse papo careta ?!?! Vamos logo para essa pizzaria!
- Concordo pai.

Entrei na pizzaria e paguei logo meu rodízio. Tinha esperanças de que Manu ainda não estivesse lá, assim poderia pagar a sua entrada. Mas ela já estava lá. Ela levantou da sua cadeira e acenou pra mim. Ela estava simplesmente deslumbrante. Ela vestia uma blusa fininha prata e por cima tinha um casaquinho preto. O cinto, preto com detalhe prata, combinava com as blusas. Por fim, uma calça jeans e um sandalhinha preta. Linda, linda, linda!
Ela acenou mais uma vez e me tirou do transe. Caminhei até a mesa e lhe dei um abraço, tirando seus pés do chão. Depois, recoloquei-a no chão e delicadamente beijei seus lábios.
- Parabéns! - disse por fim.
- Obrigada!
Envolvi meu braço em sua cintura e cumprimentei o resto do pessoal.
Lisa e Dimitri já estavam lá. Um clima romântico entre os dois, que até um cego perceberia que eles estavam ficando. Sentamos e, não demorou muito para que Carlos e Manuel chegassem. Line foi a última.
Quando enfim, estavamos todos juntos, pegamos nossos copos para um brinde.
- Ao futuro - Gritou Line
- Ao futuro - repetimos.
- Ei, estão esquecendo de mim?
Aquela voz, era conhecida por todos nós. Vini estava lá, moribundo como sempre, escondendo malmente os cigarros.
As caras de pânico invadiram nosso rostos. Olhamos uns para os outros e nada dissemos.
- E então? Posso me sentar?

2 comentários:

  1. "Minha mãe ajeitou a gola da camisa e deu dois tapinhas que mais pareciam toques de tão macios no meu peito."
    auishuiahushia Adorei
    Olha Dimitri onde está, rapaz.
    CAMISA PÓLO *.*
    Vini é aquele que não passou, ne?

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